domingo, 23 de janeiro de 2011

_Olha aqui, meu amor!Não é aquele pedaço de felicidade, que estamos procurando?
_ Claro que não! O nosso era muito maior...e mais bonito.
_Aah, então estava procurando o errado. Pois desse eu nao me lembro...
E nos textos tristes, deixo uma marca da minha alma que nem é tão bela assim.
Deixo pedaços do que sinto, de uma forma delicada e esquecida.
Até meu passado me abandona. Como se eu fosse o último, e não valesse a pena.
Em minutos, transcorro minha tristeza e deixo aqui para que todos vejam e acompanhem, um pouco só, da minha profunda devoção a mim mesmo.
O que me resta? É o que me resta.
Meus fragmentos. Minhas pegadas.
Que se esforçam em nao sumir, com o vento, da tempestade que sou.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Gamão com o Diabo, imagem de Fernanda Bucater

sábado, 25 de dezembro de 2010

GAMÃO COM O DIABO

    Noite de Natal.
    Me acostumando à uma solidão forçada, tento ludibriar o tempo com pequenas ocupações. Um retoque na tela inacabada da parede do quarto, as roupas por estender, uma louça que provavelvemte precise e está lá suja, no meio de todas. Enfim, tentando matar um tempo, que mata, só por ser e agir como tempo.Café, pausa, belo céu do meu terceiro andar. As luzes, hoje de velas. O som ligado para abafar as vozes e risos de crianças e pessoas que festejam ao meu redor,na mesa pequena, um tabuleiro de xadrez, com uma partida iniciada, parado, empoeirado até. Não me lembro de quem seria a próxima jogada. Se das brancas ou pretas. Penso na nescessidade de marcar cada jogada. Quando eu fizer um movimento com  determinada peça, deixar um indício para próxima jogada. No xadrez para se  jogar sozinho, revezando com você mesmo , aconselho que não seja um jogo rápido. Pode durar meses. Não tem graça o jogo ser dinâmico com você mesmo.Descartei a possibilidade de tentar lembrar de quem era a vez, e abri o lindo tabuleiro de gamão que me deram no meu último aniversário. Há seis meses, um dia depois da comemoração do último santo das festas Juninas, no sexto mês de todo ano.
    Tabuleiro lindo, toque aveludado, vermelho e negro em arabescos rebuscados construindo os triângulos longos, que quase se encontram no centro. Fiquei um tempo admirando aquela obra de arte, que eu e meu filho já tínhamos cobiçado numa loja, e que no meu aniversário foi me dado por queridas amigas. Arrumei as peças, fui buscar uma deliciosa xícara de barro gigante com água deliciosamente fresca de minha moringa de barro , ri sozinho, eu e meus gostos de vovô. Voltei, me acomodei, acendi outro cigarro e joguei o primeiro dado. Sortudas essas peças brancas, seis! Lance seguinte , segundo dado , seis.Ok vamos novamente. Primeiro dado, peças brancas ,um.Segundo dado, peças negras, seis. Peças negras começam. Logo no primeiro lance, uma dobradinha de seis,que no gamão te garante dupla jogada, independente do número, se for igual, nos dois dados.Joguei de novo os dados e novamente os dados cairam repetindo o número seis. Achei até hilária aquela competição, tentando ser criativo com as movimentações das peças brancas. Próximo lance, meu telefone toca.
    Ok , meus saldo está abaixo de trá, lá, lá. Desligo. Volto pra jogar.Cadê os dados?
    Claro que, eu, como faço com tudo, devo ter colocado os dados no lugar mais inusitado do planeta durante , ou no caminho do atendimento telefônico, raiva dessa operadora... Bom os dados, procura.Caramba quando sou criativo sou mesmo! Onde enfiei esses dados?
    Ok Vamos lá São Longuinho me devolve os dados, dou três pulinhos. Melhor dou seis, três pra cada dado!
    Mal acabei de falar isso um estouro se fez numa das velas que queimavam, um cheiro forte me fez ficar tonto e na mesma hora lembrei que Longuinho, o Santo, é Longinus, o soldado romano que desferiu com a lança o abdômen de Cristo durante a cruxificação.
    A tontura aumentou, enquanto me sentava ouvi uma risada, minha risada. Um calafrio percorreu minha espinha, subiu pela nuca, arrepiou todos os pêlos de meu corpo e quando vi, não ousei clamar o nome de ninguém. Eu estava sentado em minha frente vestido de negro e sorrindo pra mim, com os olhos mais negros que eu já havia visto. Pensei, "o que é isso?", olhei ao redor para conferir se continuava em minha sala. Nada havia mudado. Tudo no lugar, e mesmo assim voltando os olhos, eu estava lá na minha frente, com o olhar mais maléfico e desvairado que vi em toda minha vida.   
   _ Não sou você!  Disse em alto, bom e amedrontante som a criatura em minha frente."Quem diabos é vc?", pensei.
   _ Isso mesmo.Disse ele._ Se preferir, sim já me chamaram assim.Sou o Diabo.
    Levantei rindo e sem me tocar a criatura fez o gesto de um tapa no ar, o que senti no rosto foi pior que o tapa de cinco mãos queimando,cai no chão desconcertado, tendo noção somente nesse instante que era real. Quando fui me levantar levei outro golpe, dado pelo ar,e uma pressão manteve minha cara colada ao chão, como se alguém estivesse pisando no meu rosto. Quando vejo, a criatura com meu corpo clonado, andava em minha direção, vi a ponta dos sapatos finos, e em seguida ele bem próximo de mim, olhando no fundo dos meus olhos, disse:  
    _Vamos continuar o jogo!
    Somente nesse instante o demônio me tocou, me agarrou pela nuca como se eu fosse um boneco, me levantando no ar acima de sua própria altura, que no caso, era minha própria altura. Dos olhos, fagulhas negras chispavam. Os dedos da criatura infernal, cravando na minha carne, queimando como gelo. Pensei_ "Deus". O diabo gargalhou, e  gritou com hálito de sangue no meu rosto:
    _DEUS!? Nem ele vai te ajudar agora!.
     Me jogou, no sofá. Não me movi, ele tambem não, mas no seguinte segundo ele estava ao meu lado, estendendo as mãos, a voz dele , mais alta até, gritou somente em minha mente . Os lábios dele, já não se moviam:
    PEGUE!, ordenou a voz dentro de mim e estendeu-me os dados, vermelhos em brasa viva, peguei sem exitação. Estava apavorado demais pra não obedecer, os dados queimaram minhas mãos, joguei. A força que me pressionava sentado parou de agir, como se ele tivesse me soltado, mesmo estando ja sentado do outro lado da sala, em minha frente.
    O jogo ia prosseguir mesmo, conclui.Ao terminar de mover minhas peças ao olhar para o demônio ele já possuia outro rosto, um rosto que eu não conhecia mas não me era de todo estranho, o rosto de um velho, que eu reconhecia de algum lugar.Não me detive nisso, resolvi me concentrar no jogo.A cada lance, via que ele se sentia mais e mais satisfeito, depois de algum tempo ele me perguntou alto gritando em minha mente?
    _Sabe o que está em jogo?
    _Minha alma? Perguntei eu.  
    Ele garagalhou de novo e indicou com o olhar que a próxima jogada era minha enquandto eu via sinistramente as peças negras se movendo sozinha no tabuleiro,continuei silencioso, tendo a certeza que o que estávamos jogando em definitivo, era mesmo minha alma.
    A cada vez que sentia que a sorte estava em companhia dele e não minha uma nova jogada virava a situação e recuperava terreno , conseguindo assim,levar todas minhas peças pro espaço final do tabuleiro. Ele impassivel esperou que lance a lance eu vencesse aliviado e ao mesmo tempo sentindo um temor por não saber o que me aguardava no término da tenebrosa partida. Venci.
    Um golpe lançou o tabuleiro para longe, e algo me içou no ar, como se eu fosse uma roupa num cabide, ele não estava mais lá mas sentia um vento forte ao meu redor me afogando, num fedor insuportável, a voz do demônio falou em toda a sala:
    _Tua alma já tínhamos há muito tempo, hoje jogamos tua miserável vida, Se eu ganhasse, bem, iríamos nos conhecer melhor. Mas como vc ganhou teu prêmio é esse, viverás, muito. E verás muito. E quando pedir para partir, ainda vai ser deixado e esquecido no mundo, que pra você, é o pior inferno. Não te concedo a honra de me acompanhar.
     Feliz Natal à todos.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Ela havia partido mesmo. No armário poucas peças. Ela vai ter que vir aqui, ela vai aparecer.
Não sabe que ele está aqui,não pode vê-lo assim. Não por causa dela. Vai demorar pra ela vir. tem de demorar.
Os cabelos dele caíam de forma desordenada, os olhos mostravam o tempo sem dormir, choro, e longas conversas que nunca teve com Emille , devia ter dito. Homens choram. São covardes pra dor.Choram.
Caiu, de joelhos e chorou. Pegou a arma, que já tinha colocado de lado várias vezes, nesses dias.
Não conseguiu de novo. Chorando. Covarde...
E seu orgulho foi ameaçado quando ouviu abrir a porta.
Emille achava que ele não estava, viera, sem aviso. Assim era melhor, sem encontros. Sem encontros, sem discussões. Não podia vê-lo assim. Era pra que ela estivesse assim, até que resolvesse voltar, ela !
Não havia como fugir, nem fingir, ele choraria ali. Ali na frente dela, já que continuava chorando.
Quando os seu olhares se cruzaram foi tudo muito rápido. Ele levantou, usava apenas cuecas pretas e uma regata, negra também, os cabelos descobriram o rosto enquanto ele levantava.
As mãos ainda sangravam . Tantos murros .Todos na parede Emille, que ele tanto espancou.
Ele andou firme e atirou.
Atirou mais três vezes,numa morta Emille, que já estava no chão quando ele chegou ao seu lado.
E gritou. Gritou todas as conversas que não haviam tido. Chutou Emille. Chorou em cima dela.
Agora ela não o via.
Só por isso pediu perdão. Só por achar que ela não o via.

Da imensidão Emille,via tudo e entendia. Aceitava e perdoava, em silêncio. Apenas esperando o dia que iria encontrá-lo. E daí sim começar o que ela entendia por amor...

domingo, 28 de novembro de 2010

Vi que por onde eu as fadas passávamos a cor ia sendo roubada pra ser usada , como se o fato de ofuscarmos ao redor roubasse a cor real das coisas.
As fadas estavam a me conduzir , uma delas puxava minha roupa na direção que queriam que eu fosse.O jardim não era mais o jardim, e acredite a quantidade de plantas e árvores velhas... definitivamente era um bosque .
Não há bosques aqui por perto,ainda mais desse tamanho ,por mais estranho que fosse no pensei em voltar. isso sim me causava medo.e por mais estranho que pareça , isso não é um sonho.
Como num filme previsível havia uma clareira mas sabe-se lá o que me aguardava por lá.
Os metros finais foram em velocidade reduzida pra que cada detalhe do fato ficasse impregnado em minha mente . Mais vívido do que a recordação mais recente que eu tenha registro.
E ali as fadas eram muitas, me rodearam , de pronto. e eu achando tudo fascinante, nem percebi que ela se aproximava.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sobe como vapor.
Colorindo o negro da noite como se fosse uma pincelada de tinta diluída, conferindo um toque de claridade a noite longa e escura. Fria e real.
Nobre, forte e interminável noite que habita a ausência da luz, que vem só para nos lembrar que logo sera noite outra vez.
Ja tentaste olhar fixo para o sol? O que se segue é uma escuridao momentânea que se repete a sua volta, como pontos.
O mesmo se dá ao fixar o extremo cheio da lua, desde que se esteja em escuridão total. Os mesmos pontos se repetem ao teu redor em flashs pálidos, rápidos.
Vivemos no tempero que nos é dado no caminho dos que buscam equilíbrio.Seja ele onde for. chegue a nos como for.
Na realidade não importa o que nos é conferido como percepção ou razão. São reações muito pequenas de partículas ínfimas que cedo ou tarde acabarão seguindo um fluxo interminável que leva sempre para a busca. A busca pelo encontro. A fusão. Onde o que é nao existe . E o que existe esta muito longe de ser o que é. Onde o "sou" e "somos", onde não começamos e terminaremos jamais, no ponto onde "simples" se torna tão difícil de ser compreendido pra quem está no início de um caminho, onde teremos que descobrir os significados primordias de tudo o que nem sabemos onde e como se iniciou.
Aflitiva contemplação muda e celeste da dança divina vendo seus humanos átomos em ebulição constante, com medo de explodir em bolhas sem saber o quanto é bom a sensação de se tornar vapor, ainda que seja por instantes , para voltar a se condensar na fria noite, e talvez encontrar alguma pétala pra refletir um pouco mais do que tínhamos até então em nossos continentes. Tentando também, ter a sorte de num rápido olhar, conseguir encarar o jardineiro. Mesmo correndo o risco de não enxergar nada em seguida, a não ser pontos difusos e embaçados, que de longe se parece com o rosto que vimos.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Há muito tempo nossas almas eram maoires que nossos corpos. E quando esbarravamos em outras almas, partilhavamos energias e sentimentos.
Com o tempo começamos a não querer mais que nossos sentimentos fossem conhecidos, mesmo sendo ele iguais em todos.
Conseguimos comprimir nossas almas e expremer nossos sentimentos, e alguns se sentiram confortáveis, confinados.
Esses começaram a querer mais. Queriam o dominio total da essencia, queriam um novo carrasco, de nome RAZÃO.
Num canto da nossa mente foi construído um quarto sem janelas, com uma única porta, com trancas externas, fortes. E lá se prende a alma enquanto somos crianças.
Primeiro se diminui a alma da criança com mentiras e maldades. Controlando assim o tamanho, se engana e oferecendo proteção, elas se deixam trancar facilmente.
Algumas se revoltam, tentam fugir, enlouquecem, levam outras almas consigo. outras acham que morreram, e agem como se mortas estivessem. Sem perceber que são eternas, pois são almas.
No meu quarto da alma, a porta está aberta há anos. Minha alma está lá até agora com pavor de descobrir qualquer coisa.
O quarto da alma como já foi dito, foi feito pra abrigar uma alma diminuida. Um quarto para um quarto, se é que alguém consegue manter assim o espirito mutilado.
O baú das emoções é uma grande e pesada arca, onde se guarda caixas, envelopes, documentos. Caixas como a de Pandora, onde quiça a esperança nunca esteve
Envelopes que nunca foram, nem chegaram, carregando palavras nunca ditas.
Documentos que provam que para viver, morremos ou matamos algo dentro de nós.
A alma trancafiada acha os aromas do baú desagradaveis, e deixa tudo como está, coberto com a manta do esquecimento.
Agora só resta decidir, se nas noites frias, minha alma vai usar essa manta, ou vai preferir ficar com frio só pra deixar tudo escondido e coberto.
Uma vez que um homem saiu para o mundo em busca da "Casa de Deus". Após quase toda a vida de procura, chegou a uma porta com uma placa onde se lia: "Casa de Deus". A porta levava a uma escada longa. No fim da escada uma outra porta e outra placa, onde se lia: "Bata e Entre". Ao ver isso, ele tirou os sapatos, desceu sem fazer barulho e ao chegar na rua, correu loucamente, sem olhar para trás, até estar bem longe.
Sabe, esse homem está buscando a casa de Deus até hoje.
Não quero acreditar que meus medos infantis tenham crescido, diminuindo assim a capacidade de me surpreender e de admirar como tudo isso é belo....
"Naquela história da casa de Deus, o homem em busca de iluminação sou eu. A casa de Deus é o meu quarto da alma. E Deus, é minha alma encolhida, chorando lá no cantinho..."

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Há muito tempo nossas almas eram maoires que nossos corpos. E quando esbarravamos em outras almas, partilhavamos energias e sentimentos.
Com o tempo começamos a não querer mais que nossos sentimentos fossem conhecidos, mesmo sendo ele iguais em todos.
Conseguimos comprimir nossas almas e expremer nossos sentimentos, e alguns se sentiram confortáveis, confinados.
Esses começaram a querer mais. Queriam o dominio total da essencia, queriam um novo carrasco, de nome RAZÃO.
Num canto da nossa mente foi construído um quarto sem janelas, com uma única porta, com trancas externas, fortes. E lá se prende a alma enquanto somos crianças.
Primeiro se diminui a alma da criança com mentiras e maldades. Controlando assim o tamanho, se engana e oferecendo proteção, elas se deixam trancar facilmente.
Algumas se revoltam, tentam fugir, enlouquecem, levam outras almas consigo. outras acham que morreram, e agem como se mortas estivessem. Sem perceber que são eternas, pois são almas.
No meu quarto da alma, a porta está aberta há anos. Minha alma está lá até agora com pavor de descobrir qualquer coisa.
O quarto da alma como já foi dito, foi feito pra abrigar uma alma diminuida. Um quarto para um quarto, se é que alguém consegue manter assim o espirito mutilado.
O baú das emoções é uma grande e pesada arca, onde se guarda caixas, envelopes, documentos. Caixas como a de Pandora, onde quiça a esperança nunca esteve
Envelopes que nunca foram, nem chegaram, carregando palavras nunca ditas.
Documentos que provam que para viver, morremos ou matamos algo dentro de nós.
A alma trancafiada acha os aromas do baú desagradaveis, e deixa tudo como está, coberto com a manta do esquecimento.
Agora só resta decidir, se nas noites frias, minha alma vai usar essa manta, ou vai preferir ficar com frio só pra deixar tudo escondido e coberto.
Uma vez que um homem saiu para o mundo em busca da "Casa de Deus". Após quase toda a vida de procura, chegou a uma porta com uma placa onde se lia: "Casa de Deus". A porta levava a uma escada longa. No fim da escada uma outra porta e outra placa, onde se lia: "Bata e Entre". Ao ver isso, ele tirou os sapatos, desceu sem fazer barulho e ao chegar na rua, correu loucamente, sem olhar para trás, até estar bem longe.
Sabe, esse homem está buscando a casa de Deus até hoje.
Não quero acreditar que meus medos infantis tenham crescido, diminuindo assim a capacidade de me surpreender e de admirar como tudo isso é belo....
"Naquela história da casa de Deus, o homem em busca de iluminação sou eu. A casa de Deus é o meu quarto da alma. E Deus, é minha alma encolhida, chorando lá no cantinho..."

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Decisão

No caminho das fadas encontro o que deixei perdido
Objetos que cansei de procurar julgava-os perdidos pra sempre.
Uma tesoura que tinha sumido havia muito.
Uma chave da porta do meu quarto joguei no jardim pela janela numa briga com minha irmã anos atrás e nunca mais foi encontrada.
Um pequeno espelho que eu carregava na agenda na época de escola.Jurava que tinha quebrado.
E uma pequena bolsa de crochet que jurava ter ido pro lixo no minimo tres anos atrás.
Guardei os objetos e continuei seguindo as fadas que já se dirigiam para o jardim.
Agora voando calmas satisfeitas, deixando rastros de poeria brilhante no ar.

sopro

Por duas vezes vi rapidamente uma luz passando pela parede.
Pensei o óbvio, um carro que passa na rua e reflete seus faróis...
As cortinas estavam fechadas.Tentei eliminar a possibilidade de um anel em minhas mãos um inseto.Algo que justificasse as luzes que vi tão rapidamente.
Quando já estava por deixar o assunto morrer as luzes rodopiaram ao meu redor, lentas....
densas, com auras difusas. e no meio de cada uma delas uma fada se movimentava freneticamente como se eu pudesse entendê-las...
Entendi. me levantei me vesti e as segui