sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Há muito tempo nossas almas eram maoires que nossos corpos. E quando esbarravamos em outras almas, partilhavamos energias e sentimentos.
Com o tempo começamos a não querer mais que nossos sentimentos fossem conhecidos, mesmo sendo ele iguais em todos.
Conseguimos comprimir nossas almas e expremer nossos sentimentos, e alguns se sentiram confortáveis, confinados.
Esses começaram a querer mais. Queriam o dominio total da essencia, queriam um novo carrasco, de nome RAZÃO.
Num canto da nossa mente foi construído um quarto sem janelas, com uma única porta, com trancas externas, fortes. E lá se prende a alma enquanto somos crianças.
Primeiro se diminui a alma da criança com mentiras e maldades. Controlando assim o tamanho, se engana e oferecendo proteção, elas se deixam trancar facilmente.
Algumas se revoltam, tentam fugir, enlouquecem, levam outras almas consigo. outras acham que morreram, e agem como se mortas estivessem. Sem perceber que são eternas, pois são almas.
No meu quarto da alma, a porta está aberta há anos. Minha alma está lá até agora com pavor de descobrir qualquer coisa.
O quarto da alma como já foi dito, foi feito pra abrigar uma alma diminuida. Um quarto para um quarto, se é que alguém consegue manter assim o espirito mutilado.
O baú das emoções é uma grande e pesada arca, onde se guarda caixas, envelopes, documentos. Caixas como a de Pandora, onde quiça a esperança nunca esteve
Envelopes que nunca foram, nem chegaram, carregando palavras nunca ditas.
Documentos que provam que para viver, morremos ou matamos algo dentro de nós.
A alma trancafiada acha os aromas do baú desagradaveis, e deixa tudo como está, coberto com a manta do esquecimento.
Agora só resta decidir, se nas noites frias, minha alma vai usar essa manta, ou vai preferir ficar com frio só pra deixar tudo escondido e coberto.
Uma vez que um homem saiu para o mundo em busca da "Casa de Deus". Após quase toda a vida de procura, chegou a uma porta com uma placa onde se lia: "Casa de Deus". A porta levava a uma escada longa. No fim da escada uma outra porta e outra placa, onde se lia: "Bata e Entre". Ao ver isso, ele tirou os sapatos, desceu sem fazer barulho e ao chegar na rua, correu loucamente, sem olhar para trás, até estar bem longe.
Sabe, esse homem está buscando a casa de Deus até hoje.
Não quero acreditar que meus medos infantis tenham crescido, diminuindo assim a capacidade de me surpreender e de admirar como tudo isso é belo....
"Naquela história da casa de Deus, o homem em busca de iluminação sou eu. A casa de Deus é o meu quarto da alma. E Deus, é minha alma encolhida, chorando lá no cantinho..."