sábado, 18 de dezembro de 2010

Ela havia partido mesmo. No armário poucas peças. Ela vai ter que vir aqui, ela vai aparecer.
Não sabe que ele está aqui,não pode vê-lo assim. Não por causa dela. Vai demorar pra ela vir. tem de demorar.
Os cabelos dele caíam de forma desordenada, os olhos mostravam o tempo sem dormir, choro, e longas conversas que nunca teve com Emille , devia ter dito. Homens choram. São covardes pra dor.Choram.
Caiu, de joelhos e chorou. Pegou a arma, que já tinha colocado de lado várias vezes, nesses dias.
Não conseguiu de novo. Chorando. Covarde...
E seu orgulho foi ameaçado quando ouviu abrir a porta.
Emille achava que ele não estava, viera, sem aviso. Assim era melhor, sem encontros. Sem encontros, sem discussões. Não podia vê-lo assim. Era pra que ela estivesse assim, até que resolvesse voltar, ela !
Não havia como fugir, nem fingir, ele choraria ali. Ali na frente dela, já que continuava chorando.
Quando os seu olhares se cruzaram foi tudo muito rápido. Ele levantou, usava apenas cuecas pretas e uma regata, negra também, os cabelos descobriram o rosto enquanto ele levantava.
As mãos ainda sangravam . Tantos murros .Todos na parede Emille, que ele tanto espancou.
Ele andou firme e atirou.
Atirou mais três vezes,numa morta Emille, que já estava no chão quando ele chegou ao seu lado.
E gritou. Gritou todas as conversas que não haviam tido. Chutou Emille. Chorou em cima dela.
Agora ela não o via.
Só por isso pediu perdão. Só por achar que ela não o via.

Da imensidão Emille,via tudo e entendia. Aceitava e perdoava, em silêncio. Apenas esperando o dia que iria encontrá-lo. E daí sim começar o que ela entendia por amor...