sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sobe como vapor.
Colorindo o negro da noite como se fosse uma pincelada de tinta diluída, conferindo um toque de claridade a noite longa e escura. Fria e real.
Nobre, forte e interminável noite que habita a ausência da luz, que vem só para nos lembrar que logo sera noite outra vez.
Ja tentaste olhar fixo para o sol? O que se segue é uma escuridao momentânea que se repete a sua volta, como pontos.
O mesmo se dá ao fixar o extremo cheio da lua, desde que se esteja em escuridão total. Os mesmos pontos se repetem ao teu redor em flashs pálidos, rápidos.
Vivemos no tempero que nos é dado no caminho dos que buscam equilíbrio.Seja ele onde for. chegue a nos como for.
Na realidade não importa o que nos é conferido como percepção ou razão. São reações muito pequenas de partículas ínfimas que cedo ou tarde acabarão seguindo um fluxo interminável que leva sempre para a busca. A busca pelo encontro. A fusão. Onde o que é nao existe . E o que existe esta muito longe de ser o que é. Onde o "sou" e "somos", onde não começamos e terminaremos jamais, no ponto onde "simples" se torna tão difícil de ser compreendido pra quem está no início de um caminho, onde teremos que descobrir os significados primordias de tudo o que nem sabemos onde e como se iniciou.
Aflitiva contemplação muda e celeste da dança divina vendo seus humanos átomos em ebulição constante, com medo de explodir em bolhas sem saber o quanto é bom a sensação de se tornar vapor, ainda que seja por instantes , para voltar a se condensar na fria noite, e talvez encontrar alguma pétala pra refletir um pouco mais do que tínhamos até então em nossos continentes. Tentando também, ter a sorte de num rápido olhar, conseguir encarar o jardineiro. Mesmo correndo o risco de não enxergar nada em seguida, a não ser pontos difusos e embaçados, que de longe se parece com o rosto que vimos.